segunda-feira, 2 de maio de 2022

Os novos livros de Alciene Ribeiro Leite em 2022

Tomara que fosse ontem é o novo romance de Alciene Ribeiro Leite, um lançamento da Editora Penalux que saiu no início deste ano de 2022. O ano marca muitos outros lançamentos da escritora. Veja na sequência informações sobre estes lançamentos.

Logo abaixo, o sensível texto que a escritora Cristina Agostinho escreveu sobre o Tomara que fosse ontem, resenha que figura na orelha da obra; na sequência, temos um texto de leitura do livro por Zildomar Ribeiro e o trecho do romance que consta na última capa do livro; após essas apreciações do romance, trazemos os dados bibliográficos recentes da escritora, com o anúncio de outros lançamentos previstos para este ano e para os próximos anos, além das informações sobre os lançamentos de 2021da escritora; acompanham essas informações, links de acesso aos livros da Alciene disponíveis no mercado neste momento.

UMA PEQUENA JÓIA LITERÁRIA

Cristina Agostinho

– Sou velha de saudade, coleciono um monte de passado.

Ditas por uma pessoa adulta, estas palavras transmitem o peso de vivências carregadas de sofrimento. Mas quando elas partem de uma adolescente, o impacto nos comove mais.

Em Tomara que fosse ontem, uma garota relata a imensurável dor da perda do pai amado, que se mistura às dores próprias do crescimento. O medo, a raiva, a culpa, as mágoas, a solidão de não ter com quem falar de seus sentimentos. As dúvidas a respeito da justiça e injustiça daqueles que morrem cedo. As mudanças de rotina e nos papéis familiares. A busca frustrante de compreensão por parte dos amigos e adultos, indiferentes ao seu sofrer. Como é possível que aquele pai amoroso e sempre presente não exista mais? Que possa ser esquecido tão rapidamente pela mãe, que tenta refazer sua vida?

Em meio ao profundo desamparo na elaboração do luto, é comovente a resiliência da narradora e os recursos que utiliza para manter viva a memória do pai sonhador, amante das plantas e das flores. A necessidade de tornar sua presença mais palpável, de guardar sua voz e o cheiro de terra fresca das mãos. De reviver, através dessas lembranças, o aconchego do colo que nunca mais vai ter. E daí, quem sabe, fazer germinar a semente da aceitação.

A par desta narrativa sensível, Alciene nos transporta a uma cidade do interior mineiro e faz um painel multicolorido da vida provinciana. Seus preconceitos, costumes, crendices e simpatias, as hipocrisias e fofocas entre vizinhas faladeiras, as expressões e os ditos locais.

Um livro que é uma pequena joia literária sobre o sentido do amor e da perda, escrito por uma experiente artesã da palavra.

Cristina Agostinho
escritora, autora de
As duas Fridas
,
entre outros.


A REAÇÃO DE UM LEITOR À LEITURA DE
TOMARA QUE FOSSE ONTEM

Causou-me forte impressão a leitura de Tomara que fosse ontem (Editora Penalux, 2022), de Alciene Ribeiro Leite. Aflora do texto um impressionante grau de afinidade entre pai e filha. O cheiro de terra úmido e o amor pelas plantas e pela natureza são o elo de ligação que embala a saudade da filha pelo pai que partiu.
Essa saudade a leva ao extremo de cultivar a terra do quintal pisado por ele em um vidro escondido nos lençóis. Uma esperança infantil de trazer de volta o pai, santo canonizado no coração da menina.
A autora tece uma inspirada teia de afinidade espiritual a partir de fatos presentes na vida de todos nós.
Zildomar Ribeiro
 
 
EXCERTO DO ROMANCE

Papai acarinhou a natureza e morreu assim mesmo. Injustiça.
 
Algum pai apanha flor, corta árvore, até taca fogo no cerrado, e está bem vivo aí. Desconfio que não vale a pena agradar a Deus. É ocupação demais o governo do céu. Não dá tempo de fiscalizar o povo -rebanho de perto. Cada ovelha de um jeito: fobias, manias, histerias, fantasias que pastor, por mais pastor que seja, dá conta desse punhado de psicadas?

Peco dúvida e desgosto, que padre nenhum per doa. A balança do destino cisma simpatia com uns, e antipatia com outros, sem mais nem menos? Prefere o mandão, ao invés do pau mandado, ou toma as dores do tímido e desfaz o feito e acontecido?

Empaco no bem viver de uns e a peleja dura de outros. Conta no banco e pedinte de esmola, rainha de beleza e moça de feiura virgem até morrer. 

Alciene Ribeiro Leite - trecho do livro
reproduzido na última capa
 
Para mais dados sobre Tomara que fosse ontem, inclusive com reprodução em "Amostra Grátis", das primeiras dezessete páginas do romance, clique AQUI.
 

ALCIENE RIBEIRO LEITE – OUTROS LANÇAMENTOS

O livro de estreia (contos) de Alciene Ribeiro Leite foi considerado o melhor do ano pela União Brasileira de Escritores. Seguiram-se premiações no "Concurso Nacional de Literatura Cidade de Belo Horizonte", no "Prêmio Nacional de Literatura Coleção do Pinto", Menção Honrosa no "Concurso Nacional de Literatura João de Barro", e classificação entre os dez melhores no "8° Concurso de Contos Luiz Vilela" (621 inscritos). E ainda, o selo de "Altamente recomendável", pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Nos últimos anos, Alciene empreende revisão de todos os seus contos, dos publicados em livros ao inéditos, reunindo também os publicados em antologias, jornais, suplementos e livros diversos, constituindo um projeto editorial que se configura, no momento, em uma trilogia, cujo primeiro livro, Mulher Explícita (2019), com posfácio de Rauer Ribeiro Rodrigues, saiu na Editora Pangeia, AQUI. O segundo livro da série, Mulher Plural, está anunciado para o segundo semestre deste ano, também na Pangeia. O terceiro, Mulher & Cia, deve sair em 2023.

Devido aos muitos estudos acadêmicos que a obra de Alciene Ribeiro Leite tem recebido, a Pangeia Editorial lançou um edital para lançar um segundo livro com pesquisas sobre a escritora e sobre sua obra. O primeiro livro, AQUI, saiu em 2019, integrando a coleção Literatura e Vida (volume 2), do GPLV, que mantém este blog. O edital com a chamada para este novo livro está AQUI – acompanha a publicação do Edital uma deliciosa entrevista inédita com a escritora.

Nos últimos anos, Alciene também se dedicou ao microconto, tendo dividido, confira AQUI, o volume minimus & brevíssimos (2020) com Rauer – o minimus, somente com microcontos de Alciene, sai em volume isolado no início do segundo semestre, no selo Dionysius, o selo de literatura da Pangeia Editorial (a capa desta 2a. edição do livro, por Willia Katia Oliveira, está reproduzida abaixo). Microcontos inéditos de Alciene foram selecionados para compor na antologia Micros-Beagá, que você pode conferir AQUI. Está em preparo um novo volume de microcontos, Mulher em drágeas, que Alciene Ribeiro Leite espera  concluir até 2023. Como se percebe, Alciene revê e reescreve seus textos incessantemente e os trabalha como peças de joalheria.

Esse labor de perfeccionista também se verifica nos seus romances, livros infantis e obras de doutrina de caráter espírita, e na reelaboração do seu premiado romance Nos beirais da memória. Os livros espíritas vêm sendo publicados e republicados, e o romance que ganhou o Prêmio Cidade de Belo Horizonte está em revisão, ainda sem data para sair a 2a. edição.

Por fim, na importante vertente dos livros dedicados a leitores crianças e a jovens leitores, no final de 2021 saiu o livro Tecelã de sonhos & outras tramas. O livro, com 32 páginas em formato 20cm x 20cm e ilustrações aquareladas, saiu na Coleção Ler-Brincar-Criar das Edições Saruê, o selo de literatura infantojuvenil da Pangeia Editorial. Clique AQUI e conheça os detalhes desse livro.

Para mais informações sobre Alciene, além das que estão neste blog acadêmico destinado a ela, clique AQUI.


terça-feira, 8 de março de 2022

EDITORA LANÇA CHAMADA SOBRE OBRA DE ALCIENE

A Editora Pangeia lançou, neste 8 de março de 2022, Edital para publicar livro com estudos sobre a obra de Alciene Ribeiro Leite. O prazo para envio dos artigos é 31 de julho. Antes da chamada, cuja publicação original está no Blog Pangeia, em < https://editorapangeia.com.br/a-voz-da-mulher-alciene-ribeiro-leite/ >, consta interessante entrevista da escritora, que fala de novos livros e discorre, de modo contundente, sobre a situação da mulher, aqui e agora, "nos nossos dias".

Reproduzimos abaixo a entrevista e a chamada para o livro.


Neste 8 de março de 2022, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, trazemos entrevista inédita com a escritora Alciene Ribeiro Leite, autora de Mulher Explícita, que a Editora Pangeia lançou em 2019 (ver AQUI). Marco do dia, lançamos, também, a chamada A voz da mulher: Alciene Ribeiro Leite, conforme Edital que se encontra após o bate-papo com Alciene.

Alciene: "A ficção e a poesia são essenciais
para nos situarmos no mundo."

Pangeia - No que trabalha neste momento?

Alciene - Ah!, tenho mais projetos que expectativa de vida. Entre tantos projetos, escrevo microcontos para um novo livro, Mulher em drágeas, concluo a minha revisão para entregar à Pangeia o Mulher Plural, segundo volume da trilogia com todos os meus contos, iniciada com o Mulher Explícita e que vai se fechar com o Mulher & Cia. Há outros projetos em gestação... mas, mineiramente, conto depois.

Pangeia - E dos livros já no prelo, o que nos antecipa?

Alciene - Acaba de sair, na Penalux, o romance Tomara que fosse ontem; saiu um romance de cunho espírita, Ouvi um chamado, e sairá outro em breve - assim espero, está em avaliação na editora -, cujo título é Um infinito renascer; saiu, nas Edições Saruê, de vocês, também  um livro que me é muito especial, com cinco contos, o Tecelã de sonhos & outras tramas. E na Pangeia sairá, como uma costela do minimus & brevíssimos, o minimus, com prefácio do Prof. Rauer Rodrigues, até onde sei, o maior especialista em microconto hoje no Brasil. Incluem-se, neste livro, bibliografia, comentários críticos sobre a obra, prefácio, posfácios, enfim, esse belo trabalho de paratextos editoriais que a Pangeia sempre realiza nos livros que lança.

Pangeia - Como avalia a situação da mulher atualmente no Brasil e no mundo?

Alciene - Contraditória. Vivemos em perplexidade. O cotidiano feminino é de dor e glória. O universo feminino é um mosaico. Os gêneros que não atendem ao patriarcado são coisificados. Tenho engulhos com a cultura do descarte que se imiscui nos relacionamentos em detrimento da mulher. Essa cultura abrange relacionamentos sexuais ou platônicos, paternos ou maternos, filiais e fraternos. Prevalece um egoísmo machista na nossa sociedade. De certo modo, me remetem a cenas bíblicas de lapidação e apedrejamento.

Pangeia - Pode nos falar mais sobre isso, talvez exemplificar...

Alciene - Há uma situação que ainda nos nossos dias, veja só, estamos em 2022!, e por mais absurdo que seja, ainda vige o conceito de lavar a honra com sangue. Honra que tanto pode estar no entre pernas de um vínculo rompido, quanto na coragem de assumir contradições de gênero. Como pode isso? Como pode a “honra” de alguém estar na conduta da mulher ou de uma ex-parceira? Como pode a honra de um pai, que não admite a opção sexual de um filho ou de uma filha, estar na violência contra a felicidade do próprio filho ou filha? Como pode alguém estar em paz defendendo a eugenia? Causa-me perplexidade o descarte racial, o oriundo de fanatismo religioso, o da cega paixão política e o de torcidas organizadas de times de futebol. Em qual esquina perdemos nossa humanidade?

Pangeia - É por isso, Alciene, que escreve, para denunciar este triste panorama?

Alciene - Escrevo por necessidade íntima de expressar e de registrar o que me comove e indigna; a minha literatura é intrinsecamente de denúncia, quase sempre, mas com preocupação estética. Para descrever o mundo, há a sociologia, a história, o jornalismo e as demais áreas do conhecimento. Vejo a literatura em outra dimensão, com carne, ossos, vísceras, coração e alma. Em síntese, a ficção e a poesia são essenciais para nos situarmos no mundo.

Veja mais sobre Alciene clicando AQUIAQUI AQUI

 

EDITAL PANGEIA 03/2022
A VOZ DA MULHER: ALCIENE RIBEIRO LEITE

  1. A Pangeia Editorial, em comemoração do Dia da Mulher de 2022, lança esta chamada, para livro composto por capítulos com ensaios de estudos literários, intitulado A voz da mulher: Alciene Ribeiro Leite, conforme as orientações a seguir.
  2. A participação é gratuita: não há taxa de inscrição e não haverá obrigatoriedade de aquisição de exemplares. Cada autor selecionado receberá, a título de direitos autorais, um arquivo ePub, um arquivo PDF e, caso seja feito, um exemplar do livro físico; e também receberá, se ocorrer, a cada edição nova que eventualmente seja publicada, um exemplar do livro.
  3. Os estudos devem tratar, em qualquer clave teórica-metodológica (narratológica, semiológica, comparativista, relato de caso escolar, etc., etc.), da obra de Alciene Ribeiro Leite. Os livros dela podem ser encontrados em livrarias e sebos, aqui na Loja da Pangeia, e há vários deles, e também contos isolados, em <http://gpalcieneribeiro.blogspot.com.br>, na aba E-Livros e no interior das teses, dissertações e artigos ali registrados.
  4. O recorte temático dos estudos é de livre escolha do/a(s) autor/a(es/as).
  5. Os artigos devem ser enviados para o e-mail <pangeiaeditorial@gmail.com> até o dia 31/7/2022.
  6. A seleção dos artigos será realizada por professores-doutores, em equipe constituída por convite do organizador do livro, Prof. Rauer Ribeiro Rodrigues, líder do GPLV / CPTL / UFMS.
  7. Os arquivos devem ser digitados em Times New Roman 12, com todas as margens em 3 cms, entrelinha simples, com no mínimo 14 páginas e no máximo 20 páginas, inclusas as referências; deve-se usar o sistema Autor-Data e demais normas da ABNT de referenciação e citação; deve-se evitar notas de rodapé, ou as utilizar o mínimo possível.
  8. O envio dos artigos deve estar acompanhado dos seguintes documentos: cópias escaneadas de RG ou CNH do/a(s) autor/a(es/as), e também comprovante(s) de residência, resumo do texto (com entre oito e dez linhas) e dados biográficos (com entre seis e doze linhas de cada um do/a(s) autor/a(es/as)), com filiação institucional, formação acadêmica e, se for o caso, livro(s) publicado(s). Deve-se indicar, também, o link de acesso ao Currículo Lattes.
  9. Ao enviar as contribuições, os autores cedem os direitos do texto para compor o referido livro, sem nenhuma reserva de direito por parte da Editora, e declaram estar de acordo com as normas deste Edital.
  10. Casos omissos serão resolvidos em comum acordo entre a Pangeia Editorial e o Organizador do Livro.

Campinas, SP, 08 de março de 2022.
Dia Internacional da Mulher

Claudia Amoroso Bortolato
Pangeia Editorial
editorapangeia.com.br/a-voz-da-mulher-alciene-ribeiro-leite

Veja mais sobre Alciene :
AQUIAQUIAQUI e AQUI.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Alciene lança "minimus" e "Brazil 2020"

        A escritora Alciene Ribeiro lança, neste segundo semestre de 2020, dois novos livros de ficção: minimus (assim grafado, com inicial minúscula e sem acento) e Brazil 2020.

        minimus é composto por mais de uma centena de microcontos e se divide em diversas partes, indiciando temas como – para mencionar alguns, e sem adiantar os títulos das partes – a metalinguagem, a intertextualidade, o feminino, o meio-ambiente, a morte.

        Brazil 2020 traz quatro contos inéditos que refletem o clima do país com a pandemia. Os contos têm os seguintes títulos: "Arca de Noé", "Paralelas", "Escrava Isaura" e "Emparedada". O livro vem com arte de Renata Sieiro Fernandes, a colagem analógica "Estrondo".

        Os dois livros saem pela Editora Pangeia e são divididos com Rauer, escritor que mantém parceria de décadas com Alciene Ribeiro – ver, a este propósito, o "Agradecimento" no livro Mulher explícita, lançado por Alciene em 2019. Mais informações sobre o livro no blog da Editora Pangeia e em < https://editorapangeia.com.br/shop/ >. 

        Em Brazil 2020 os quatro contos de Rauer também são inéditos: "Um bálsamo", "Na manhã fria", "A última faixa" e "Quarentena". A contraparte de Rauer ao volume minimus tem brevíssimos por título e é também composta por pouco mais de uma centena de microcontos.

        Em breve, pois, inicialmente em volumes físicos e em seis meses em e-book, os livros Brazil 2020 e minimus & brevíssimos.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Romance espiritualista de Alciene é publicado

Transportemo-nos, nestas linhas, a uma cidadela no espaço, denominada Solar da Maternidade, sede de Universidade incomum; na colônia-escola de especialização maternal funciona curso de quinze anos para candidatas à maternidade na Terra. Vislumbremos as muralhas, encimadas por torres medievais, cobertas de hera centenária, sem qualquer ideia de regresso ao passado obscurantista. A primeira impressão de vetusto castelo feudal abranda-se ainda aquém da fortaleza: caprichosa trilha de gramíneas direciona os passos ao portão de entrada. Agora, sim. A austeridade do conjunto desaparece sob linhas suaves, e até frágeis, considerada a leveza do material que o erige.
Embora situada em ponto relativamente próximo à crosta densa do Planeta, a colônia prescinde de guarda ostensiva. É uma exceção, visto plantar-se em região infestada de hordas de espíritos, evadidos do umbral. Suas defesas provêm dela mesma, consequência natural das nobres intenções da maioria da população e dos mentores das atividades educacionais. Espíritos benfeitores, alheios ao ego, alimentam com alto teor vibratório as reservas de energia magnética. Semelhantes às hidrelétricas terrenas, os reservatórios mantêm a vida prática e promovem contínuas emissões de ondas repulsivas, que varrem a vizinhança. Autênticos chicotes elétricos vedam o assalto de bandoleiros do espaço.
     Estes são os dois primeiros parágrafos do romance Libertação no lar, de Alciene Ribeiro, que acaba de ser publicado pela Editora Esperança e Caridade & Colégio Allan Kardec.

         O romance é fruto de trabalho iniciado pela escritora em 1993, após uma visita que Alciene fez ao médium Francisco Xavier. Embora não seja psicografado, contém inspiração de intercâmbios com universo transcendental, manifestado em sonhos, em súbitas iluminações, em diálogos com Chico Xavier e outros médiuns. No entanto, "[m]uitas páginas refletem vivência, observação e imaginação da ficcionista que assina o volume e se responsabiliza por eventuais erros e exageros, desde que é livre para acatar ou recusar o sopro inspirador, e exercer a autocrítica".

          A distribuição do livro está a cargo do Colégio Allan Kardec, de Sacramento, MG, a quem a autora doou os direitos autorais do livro. Contatos pelo telefone 34-3351-1022 ou pelo site < https://cak.org.br/ >.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Tese tem capítulos sobre obra de Alciene

      A tese Feminismo e gênero: a literatura juvenil escrita por mulheres (1979-1984), de Maisa Barbosa da Silva Cordeiro, defendida em dezembro de 2019 no PPG-Letras Mestrado e Doutorado da UFMS de Três Lagoas, contém diversos capítulos sobre a obra de Alciene Ribeiro, em trabalho que também aborda a obra de outras cinco escritoras.

     Eis o resumo do tese:


Este trabalho analisa, na interseção entre a crítica literária feminista e a crítica literária juvenil, em corpus de autoria de mulheres, como a mulher é representada no que tange aos papéis sociais de gênero, de modo a compreender por meio de quais estratégias discursivas as autoras elaboram a emancipação e a resistência da mulher frente ao patriarcado. Partimos da análise de personagens primárias e secundárias em obras brasileiras publicadas no período de 1979-1984, no final do governo militar e início do processo de redemocratização do país. Há duas justificativas para delimitação do período: a primeira é que nesse momento começa a haver maior interesse de escritores e editoras em fomentar a produção literária destinada à juventude – motivado pelo crescimento do mercado do livro e pela criação dos primeiros programas de fomento à leitura. Há, então, maior inserção de personagens adolescentes e jovens com problemáticas relacionadas às suas vivências. A literatura juvenil ganha, assim, maior diversidade quanto a temas e formas. A segunda justificativa é o fato de que a crítica literária feminista também começa a se tornar mais sólida no Brasil a partir da década de 1980. Delimitado tal contexto, debruçamo-nos sobre a literatura juvenil para analisar, especificamente, as representações do protagonismo da mulher em um corpus composto por seis obras: Uma ideia toda azul (1979), de Marina Colasanti; O sofá estampado (1980), de Lygia Bojunga; Bisa Bia, Bisa Bel (1982), de Ana Maria Machado; O mágico de olho verde (1984), de Alciene Ribeiro Leite; O outro lado do tabuleiro (1984), de Eliane Ganem; e A cor do azul (1984), de Jane Tutikian. Nossa tese propõe uma pesquisa inaugural para o campo literário juvenil, pois não há, ainda, pesquisa de doutorado que analise a literatura juvenil pela perspectiva da crítica literária feminista. Nosso trabalho capta o momento em que a literatura juvenil escrita por mulheres é reinventada no campo editorial brasileiro e é inaugurado um intenso processo de questionamento dos papéis sociais de gênero na literatura escrita por mulheres. Tal movimento é motivado, especialmente, pela segunda onda feminista. Defendemos a tese de que o sistema literário (conforme conceito cunhado por Antonio Candido), que se fundamenta sob o discurso patriarcal, tem uma ruptura na passagem da década de 1970 para a de 1980, quando as escritoras se apropriam da literatura juvenil. Assim, além de as mulheres terem sido decisivas para a solidificação dessa literatura, rompem com a hegemonia do patriarcado nas narrativas, que passam a ser imbuídas de uma perspectiva feminista, e no mercado do livro, que passa a contar com maior diversidade de mulheres escritoras.  
PALAVRAS-CHAVE: Literatura Brasileira; Literatura juvenil; Mercado editorial; Mulher; Personagem; Redemocratização. 


Para acessar a tese, clique no título em rosa na referência:
CORDEIRO, Maisa Barbosa da Silva. Feminismo e gênero: a literatura juvenil escrita por mulheres (1979-1984). Três Lagoas, MS, 2019, 225 f. Tese (Doutorado, Estudos Literários) – PPG - Letras, UFMS. Orientador: Rauer Ribeiro Rodrigues. 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

CBN destaca "Mulher Explícita", de Alciene Ribeiro

http://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/282334/bons-poemas-e-contos-que-vem-do-triangulo.htm

Bons poemas e contos que vêm do Triângulo

Mineiras de Ituiutaba, Katia Romano e Alciene Ribeiro expressam em suas obras a simplicidade do cotidiano e o universo feminino:

Áudio.

Mulher explícita é de autoria de Alciene Ribeiro. Foto: Editora Pangeia (Crédito: )
Mulher explícita é de autoria de Alciene Ribeiro. Foto: Editora Pangeia
Da Rádio CBN de Belo Horizonte, ouça o
ÁUDIO
com a análise de Luís Giffoni.

domingo, 8 de dezembro de 2019

GPLV lança Coleção com cinco livros - Confira!

GPLV - Grupo de Pesquisa Literatura e Vida
Apresenta:

Coleção Literatura e Vida, do GPLV
E-books – Editora Pangeia, 2019
5 volumes



E AGORA, JOSÉ?
LITERATURA E VIDA 1

Organizadores:
Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS)
Rita de Cássia Silva Dionísio Santos (Unimontes)
Eunice Prudenciano de Souza (IFSP)

E agora, José? / Organização de Rauer Ribeiro Rodrigues, Rita de Cássia Silva Dionísio Santos, Eunice Prudenciano de Souza.  Uberlândia, MG : Editora Pangeia ; Três Lagoas, MS : GPLV, 2019. (Coleção Literatura e Vida – volume 1).

ISBN: 978-65-80910-01-4

Apresentação, por Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS

1.      Ângela Balça, da Universidade de Évora e do CIEC – Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho, “Natércia  Rocha  ou  da  afirmação  da literatura para a infância em Portugal”
2.       Rosane Gazolla Alves Feitosa, da UNESP / Assis, “Eça de Queirós visto por Miguel Real”
3.       Carina Marques Duarte, da CPAN / UFMS, “Ultimatumcrítica à época e vontade de potência”
4.      Pedro Brum Santos, da Universidade Federal de Santa Maria, “Escrita, História e Política em José Saramago”
5.      Ivana Ferrante Rebello; Rita de Cássia Silva Dionísio Santos, UNIMONTES, “A cidade escrita: grafias das ruas do Rio de Janeiro em dois tempos”
6.      Ligia Chiappini, Freie Universität Berlin, “Para bom entendedor... Os contos de Luiz Vilela”
7.      Cilene Margarete Pereira, Universidade de Três Corações, “Wander Piroli e a poética das ruas”
8.      Alcione Maria dos Santos, FAALC/UFMS, “‘Vinte anos de amélia’, de Alciene Ribeiro: sob o signo da festa e da cruz”
9.      Maisa Barbosa da Silva Cordeiro, UNIGRAN, “A menina e a mulher na literatura juvenil: uma leitura feminista de O mágico de olho verde, de Alciene Ribeiro”
10.  Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS; Heloiza Moreno, SED / SP, A literatura no centro do ensino da língua materna: superando defasagens e avançando na aprendizagem




ALCIENE RIBEIRO
LITERATURA E VIDA 2

Organizadores:
Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS)
Aurora Cardoso de Quadros (Unimontes)
Maisa Barbosa (UNIGRAN)

Alciene Ribeiro. / Organização de Rauer Ribeiro Rodrigues, Aurora Cardoso de Quadros, Maisa Barbosa.  Uberlândia, MG: Editora Pangeia ; Três Lagoas, MS: GPLV, 2019. (Coleção Literatura e Vida – volume 2).

ISBN: 978-65-80910-02-1

Apresentação, por Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS

1.      Maisa Barbosa da Silva Cordeiro, UNIGRAN, “Casa e rua na literatura juvenil: representações de gênero em O mágico de olho verde, de Alciene ribeiro”
2.      Natália Tano Portela, CPTL / UFMS, “O ponto de vista como revelador de sentidos: uma leitura de O mágico de olho verde  e de ‘O inventor de flores’”
3.      Vanessa Carla Ayala, CPAN / UFMS; Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS, “Uma leitura do conto ‘Eu choro do palhaço’”
4.      Mayara Pereira Coelho Palandi Ruzene Bassanelli, CPAN / UFMS; Carina Marques Duarte, UFMS, “Facas-laser cortam a vida: dialogando com Alciene Ribeiro e Conceição Evaristo”
5.      Wagner Marques de Souza, CPAN / UFMS, “O feminino como humanidade em Mulher explícita
6.      Alfredo Ricardo Silva Lopes, UFMS, “Reflexos do Iluminismo em ‘Independência  e  morte’, de Alciene Ribeiro”
7.      Júlia dos Santos Fraga, CPAN / UFMS; Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS, “Uma leitura do conto ‘Independência e morte’, de Alciene Ribeiro”
8.      Felipe Maropo, UFMS, “Véspera de borboleta - A metáfora da metamorfose para o devir humano: uma proposta de leitura do conto ‘Lagarta gente boa’, de Alciene Ribeiro”
9.      Luciene Lemos de Campos, CRE-3 / SED-MS, “Reflexões sobre ‘Botões murchos’, conto do livro Mulher explícita, de Alciene ribeiro”
10.  Ronaldo Vinagre Franjotti, SED / MS, “Alciene Ribeiro: uma voz única”




LUIZ VILELA
LITERATURA E VIDA 3

Organizadores:
Rauer Ribeiro Rodrigues (UFMS)
Eunice Prudenciano de Souza (IFSP)
Ronaldo Vinagre Franjotti (SED/MS)

Luiz Vilela. / Organização de Rauer Ribeiro Rodrigues, Eunice Prudenciano de Souza, Ronaldo Vinagre Franjotti.  Uberlândia, MG: Editora Pangeia ; Três Lagoas, MS: GPLV, 2019. (Coleção Literatura e Vida – volume 3).

ISBN: 978-65-80910-03-8

Apresentação, por Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS

1.      Yvonélio Nery Ferreira, UFAC; Tânia Regina Oliveira Ramos, UFSC, “Modos de silenciamento: Luiz vilela conta a história”
2.      Sheila Dias Maciel, UFMT, “O labirinto em Perdição
3.      Ariovaldo Vidal, USP, “Luiz Vilela, conto e lirismo”
4.      Gil Negreiros, UFSM, “Os diálogos literários de Luiz Vilela: o uso de estratégias da língua portuguesa oral na construção do texto literário”
5.      Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS; Rízio Macedo Rodrigues, Editora Pangeia, “A arte da negociação em Luiz Vilela”
6.      Jorge Augusto Balestero, UEMS; Luciene Lemos de Campos, SED / MS, “Identidades conflituosas nos primeiros contos de Luiz Vilela”
7.      Luiz Carlos Santos Simon, UEL, “Primeiros t(r)emores de Luiz Vilela: masculinidades em contos de Tremor de Terra e No Bar
8.      Felipe Gonçalves Figueira, IFF, “A bússola quebrada e a outra bússola: morte e vida das coisas no conto ‘Quando fiz sete anos’, de Luiz Vilela”
9.      Waleska Rodrigues de Matos Oliveira Martins, UFRB; Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS, “A Morte na obra de Luiz Vilela”
10.  Eunice Prudenciano de Souza, IFSP, “A metacrítica da Fortuna Crítica sobre a obra de Luiz Vilela”




MATÉRIA VERTENTE:
VERBO E DISCURSO
LITERATURA E VIDA 4

Organizadores:
Rauer Ribeiro Rodrigues (GPLV)
Natália Tano Portela (CPTL/UFMS)
André Dias (UFF)


Matéria Vertente: Verbo e Discurso. / Organização de Rauer Ribeiro Rodrigues, Natália Tano Portela, André Dias.  Uberlândia, MG: Editora Pangeia ; Três Lagoas, MS: GPLV, 2019. Apoio: PAEX / CAPES. (Coleção Literatura e Vida – volume 4).

ISBN: 978-65-80910-04-5

Apresentação, por Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS

1.      Roberto Acízelo Quelha de Souza, UERJ, “Teoria da Literatura: Fragmentação, Limites, Possibilidades”
2.      Aurora Cardoso de Quadros, UNIMONTES, “Literatura e Jornalismo: Verdade e Ficção”
3.      Ronaldo Vinagre Franjotti, UFMS; Taís Turaça Arantes, UERJ, “Literatura, exclusão e marginalidade do Rio de Janeiro”
4.      André Dias, UFF; Frederico van Erven Cabala, UFF, “Nelson Rodrigues e o teatro da vida ordinária”
5.      Victor Hugo Adler Pereira, UERJ, “O Rei da Vela: as montagens teatrais como diálogo com sua época” 
6.      Stefania Chiarelli, UFF, “Tem gente demais nesses navios”
7.      Felipe Dartagan Maropo Teixeira de Castro, UFMS, “A condição migrante em ‘O escritor, sua mulher e o gato’, de Adriana Lisboa”
8.      Claudete Daflon, UFF, “Uma roça decolonial: a poética de Josely Vianna Baptista”
9.      Maria Fernanda Gárbero, UFRRJ / UFMG, “Recepção dos clássicos e processos tradutórios em Jocasta. Uma tragédia, de Mariana Percovich”





Mulher, Gênero, Erotismo
LITERATURA E VIDA 5

Organizadores:
Rauer Ribeiro Rodrigues (CPAN/UFMS)
Maísa Barbosa (UNIGRAN)
Natália Tano Portela (CPTL/UFMS)


Mulher, Gênero, Erotismo. / Organização de Rauer Ribeiro Rodrigues, Maísa Barbosa, Natália Tano Portela.  Uberlândia, MG: Editora Pangeia ; Três Lagoas, MS: GPLV, 2019. Apoio: PAEX / CAPES. (Coleção Literatura e Vida – volume 5).

ISBN: 978-65-80910-05-2

Apresentação, por Rauer Ribeiro Rodrigues, GPLV / UFMS

1.      Arnaldo Saraiva, Universidade do Porto, Portugal, “Do Erotismo e da Literatura”
3.      Carina Marques Duarte, CPAN / UFMS, “Nas malhas do discurso: o inventário da sordidez humana em ‘Aviso  prévio’, de Alciene Ribeiro”
4.      Eliane Campello, FURG, “Na (re)escritura das mulheres a história oficial é uma outra História”

5.      Marcos Rogério Heck Dorneles, CPAQ/UFMS, “Deslocamentos, respostas em si mesmas e influência mútua em ‘O regresso de Penélope’, de António Vieira, e ‘Plenilúnio’, de Alciene Ribeiro”
6.      Mariana Martins Porto, UERJ, “Se não queres morrer beija as botas do mais forte: as relações de poder em Um homem: Klaus Klump, de Gonçalo M. Tavares”
7.      Osmar Casagrande Júnior, PPG-Letras / UFMS, “Traços do erotismo nos contos ‘Uai, sô!’ e ‘Transa’, de Alciene Ribeiro”
9.      Dário Ferreira Sousa Neto, UFMS, “Os odores no romance Sexo de André Sant'anna”
10.  Pauliane Amaral, GPLV; Pedro Germano Leal, Brown University, “Uma pintura, uma canção, um emblema: The soldier and the girl (c. 1621), de Gerrit van Honthorst. e La Carpinese



© dos artigos, dos respectivos autores, 2019
© desta edição, Editora Pangeia, 2019