segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Da Vida à Obra: uma dissertação sobre Alciene

          Está disponível, na aba Fortuna Crítica, acesso à dissertação A esperança é um doce: Filho de pinguço no acervo de Alciene Ribeiro, defendida no primeiro semestre deste ano no PPG-Letras Mestrado e Doutorado da UFMS de Três Lagoas, na área de concentração em Estudos Literários, por Maria do Socorro Pereira Soares Rodrigues do Carmo, sob orientação do Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues, líder do GPLV - Grupo de Pesquisa Literatura e Vida.

                 A dissertação apresenta a primeira parte do acervo de Alciene Ribeiro colocada à disposição dos pesquisadores do GPLV, seleciona do acervo as menções à novela juvenil Filho de pinguço, lançada em 1983 após ganhar o Prêmio Nacional de Literatura Infanto-Juvenil da Editora Comunicação, e faz uma leitura da novela de Alciene.

                 Maria Rodrigues do Carmo demonstra, na leitura de Filho de pinguço, que Alciene realiza, com grande força estética, um dos pressupostos que movem sua ars poetica, a de que a literatura tem o papel de denúncia entre seus objetivos, em uma queda de braços com a vida. Para a estudiosa,
Ao incumbir um narrador em sua obra [de Alciene] de descrever tão objetivamente as amarguras vividas por uma criança junto ao pai alcoólatra, a autora faz de sua escrita um porta-voz para alertar a sociedade sobre as intempéries que o vício paterno acarreta para toda a família e, de forma ainda mais impiedosa, para uma criança indefesa.
        Segundo a pesquisadora, a cosmovisão de Alciene Ribeiro é de quem "acredita que a humanidade pode purgar seus desvarios", pois haverá "sempre esperança de um momento novo que signifique o fim das amarguras pretéritas".

              Eis o resumo da dissertação:
CARMO, Maria do Socorro Pereira Soares Rodrigues do. A esperança é um doce: Filho de pinguço no acervo de Alciene Ribeiro. Três Lagoas, 2018. 265 fls. Dissertação (Mestrado, Estudos Literários) – UFMS/CPTL. Orientador: Prof. Dr. Rauer Ribeiro Rodrigues.
RESUMO: Esta pesquisa de mestrado articula-se em três produtos:  primeiro, a classificação e catalogação de parte do acervo literário da autora mineira Alciene Ribeiro (1939-); segundo, a descrição e organização do acervo pertinente à obra analisada; terceiro, nosso foco principal, a análise da novela Filho de pinguço. A pesquisa tem por substrato elementos biográficos coletados a partir do acervo e, em especial, dezoito documentos que mencionam a novela nas diversas fases de sua produção, da gênese à circulação da obra. Trata-se de uma narrativa lançada em 1983, ano em que recebeu o Prêmio Coleção do Pinto, e que teve novas edições em 1986, 1989, 1991, 1992 e 1995. A autora teve intensa produção ficcional nos anos 1970-1980, produção que decaiu na década de 1990-2000 e que agora vem tendo uma anunciada nova leva de textos para vir à luz. Ao recebermos a parte do acervo que compõe esta dissertação, registramos o material recebido e, em seguida, o organizamos e catalogamos conforme orientações contidas no Manual de Organização do Acervo Literário de Érico Veríssimo, proposto em 2014 por Maria da Glória Bordini. O acervo é composto por 891 documentos, dos mais diversos tipos, tais como correspondência ativa e passiva, dedicatórias, entrevistas, fotografias, memorabilia, livros, prêmios, contratos. Para a análise da novela, foram utilizados aspectos das teorias da narrativa, alicerçada no seguintes elementos: personagem, espaço, tempo e focalização. Concluímos esta dissertação crendo que a autora crê na humanidade, em sua mutação, por isso faz da literatura um meio para que haja “uma queda de braços com a vida”, em que o indivíduo termine sempre vencedor, pois pela denúncia que configura a obra, como em outras tantas de sua autoria, Alciene Ribeiro conclama seus leitores a refletirem sobre suas ações, para que essa meditação os leve à mudança de atitudes, de modo que a busca pela felicidade seja sua principal conquista. 
PALAVRAS-CHAVE: Alcoolismo. Criança. Focalização. Literatura Brasileira. Memória documental. Mulher.
              Para baixar a dissertação, clique aqui, ou a acesse a partir da aba Fortuna Crítica.